quarta-feira, 8 de maio de 2013

Estudo Sobre Software de Gestão de Bibliotecas (parte 3)


Ao longo do tempo as bibliotecas passaram por diversas transformações. Antigamente estavam voltadas exclusivamente para a organização e armazenamento do acervo, actualmente uma biblioteca está voltada para a organização e a disseminação da informação aos seus utilizadores. As bibliotecas universitárias como todas as organizações contemporâneas estão sentindo o reflexo da mudança do tempo e da transformação social, por isso, os seus utilizadores hoje são vistos como clientes, estes últimos estão mais exigentes e necessitam de acesso às informações de forma rápida e organizada para acompanharem o ritmo das mudanças e, para se sentirem adaptado ao mundo actual e poderem actuar com eficiência no seu ambiente de trabalho. Para finalizar e partindo do princípio que com a evolução do tempo e da transformação social houve mudança de perfil dos utilizadores, as bibliotecas precisam ter foco no user/cliente disponibilizando mecanismos para facilitar a busca e recuperação da informação de forma rápida, organizada e eficaz.

O software livre na sociedade da informação 

A Free Software Foundation (FSF)2 define software livre como qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído, com algumas restrições, enquanto, o software proprietário é comercializado com o objectivo de obter lucro. Foi no início dos anos 80 que Richard M. Stallman3 formalizou quatro tipos de liberdade sobre o software:


  • ·     Liberdade 0): A liberdade de executar o software, para qualquer uso;
  • ·    Liberdade 1): A liberdade de estudar o funcionamento de um programa e de adaptá-lo às suas necessidades;
  • ·    Liberdade 2): A liberdade de redistribuir cópias;
  • ·  Liberdade 3): A liberdade de melhorar o programa e de tornar as modificações públicas de modo que a comunidade inteira beneficie da melhoria


·       


Portanto um sistema é software livre se os seus utilizadores têm em conta quatro tipos de liberdades mencionados em cima. Portanto, qualquer utilizador é livre para modificar, copiar, e redistribuir cópias mantendo sempre os direitos de autor preservados. Refere (Hexsel, 2005, p. 2) A grosso modo, software livre é definido como software cujo autor o distribui e outorga a todos a liberdade de uso, cópia, alteração e redistribuição de sua obra. A liberdade de uso e alteração somente é viabilizada pela distribuição dos programas na forma de texto legível por humanos, isto é, com seu código fonte, bem como no formato executável por um computador. Além do código fonte, o autor do programa outorga a liberdade para que outros programadores possam modificar o código original e redistribuir versões modificadas. 

2 A Free Software Foundation (FSF) foi estabelecida em 1985 por  Richard Stallman e dedica-se à eliminação de restrições sobre a cópia, redistribuição. Promove o desenvolvimento e uso do software livre e particularmente do sistema operativo GNU e suas ferramentas. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Free_Software_Foundation  


3 Richard M. Stallman , nasceu a 16 de Março de 1953 é fundador do movimento free software do projecto GNU, e da Free Software Foundation (FSF). É também autor da GNU General Public License  (GNU GPL ou GPL), a licença livre mais usada no mundo, Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Matthew_Stallman#Biografia




Licença para software livre e comercial

A licença para software comercial consiste nos termos de contrato de licença para uso de software. Os softwares comerciais são aqueles que para serem utilizados é necessário o comprador efectuar pagamento de uma taxa. É importante assinalar que, de acordo com o modelo de licença de software comercial, o que o utilizador adquire quando paga pelo software é o direito de utilizá-lo segundo as regras definidas no contrato. Também é importante assinalar que quando compramos licença de uso de um software comercial é preciso ter em conta dois tipos de restrições:
  •   O direito de redistribuição, por exemplo, realizar uma cópia dele e repassá-la para outro utilizador. A cópia de softwares em desacordo com sua licença comercial é considerada uma cópia ilegal e esta prática é conhecida pelo termo “pirataria”.

  •   O direito de alterar o funcionamento do software, adaptando-o para um fim específico. Como o software comercial raramente é distribuído com seu código fonte, para alterá-lo seria necessário utilizar a prática da engenharia reversa, o que costuma ser terminantemente proibido por esse tipo de licença.

Ao contrário do que acontece com software comercial, a licença para software livre pretende que qualquer utilizador possa ter liberdade de partilhar e alterar o software livre de acordo com as suas necessidades, respeitando sempre as liberdades formalizadas por Richard M. Stallman. Existem viários tipos de licenças para a distribuição de software livre, que se distinguem pelo grau de liberdade outorgado ao utilizador. Para mais informação sobre licenças para distribuição de software consulta: (http://www.opensource.org/licenses/category)


A Licença Apache5: é uma licença para software livre (open source) criada pelo Apache Software Foundation (ASF) 6. Os softwares produzidos pela ASF estão licenciados de acordo com os termos de Licença Apache. Alguns projectos não pertencentes à ASF também utilizam esta licença. A Licença Apache (versões 1.0, 1.1 e 2.0) exige a inclusão do aviso de copyright. Não é uma licença copyleft - ela permite o uso e distribuição do código fonte tanto no software open source como no proprietário.


A licença pública Mozilla7: é uma licença para software livre de código aberto criada pela advogada Mitchell Baker8. A licença é similar ao copyleft, mas não é tão rígida quanto à distribuição de trabalhos derivados. Especificamente, o código fonte copiado ou alterado sob a licença Mozilla deve continuar sob esta licença. Porém, este código pode ser combinado em um programa com arquivos proprietários. Além disso é possível criar uma versão proprietária de um código sob a licença Mozilla. Por exemplo, o navegador Netscape 6 e 7 são versões proprietárias das versões correspondentes da Suíte Mozilla.
 
GNU General Public Licença9: GNU GPL ou simplesmente GPL foi pensado por Richard Matthew Stallman em 1989, no âmbito do projecto GNU da Free Software Foundation (FSF). É a mais utilizada no âmbito de projecto de software livre. Sendo que é utilizado para administrar o conteúdo da Wikipédia



5 (s.d.). Obtido em 17 de 05 de 2011, de Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Licen%C3%A7a_Apache
6 A Apache Software Foundation (ASF) é uma organização sem fins lucrativos criada para suportar os projectos Apache, incluindo o servidor web Apache HTTP Server Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Apache_Software_Foundation
8 Winifred Mitchell Baker,  é o presidente da Fundação Mozilla  e ex- chefe executivo da Mozilla Corporation ,(Fundação Mozilla), que coordena o desenvolvimento do código aberto Mozilla Internet, aplicações, incluindo o Mozilla Firefox navegador Web e o Mozilla Thunderbird cliente de e-mail.
9 (s.d.). Obtido em 17 de 05 de 2011, de GNU Operating System: http://www.gnu.org/licenses/gpl.html


 

Berkeley Software Distribution (BSD)10: De acordo com Hesxel (2007), esta é uma licença que impõe poucas barreiras sobre a forma de uso, alterações e redistribuição do software licenciado. O mesmo refere que, o software pode ser vendido, copiado e redistribuído e não existe nenhuma obrigação quanto à inclusão ou não do código fonte. O que esta licença garante é o crédito aos autores do programa, porem não garante que trabalhos derivados permanecem como software livre.

Licença MIT11: esta licença de programas de computadores também denominada licença X ou licença X11, foi desenvolvida pelo Massachusetts Institute of Technology12 (MIT). É uma licença não copyleft utilizada em software livre, que permite a reutilização de software licenciado em programas livres ou proprietários. A diferença entre MIT e BSD reside no facto de a licença BSD possuir um aviso proibindo o uso promocional do nome do autor sob copyright.

GNU Lesser General Public License (LGPL)13: é uma licença de software livre aprovada pela FSF que está entre a licença GPL e licenças mais permissivas como a licença BSD e a licença MIT. Foi criada em 1991 e actualizada em 1999 por Richard Stallman e Eben Moglen14. A principal diferença entre GPL e a LGPL é que esta permite ser ligada com programas que não sejam GPL ou LGPL, que podem ser software livre ou proprietário. Esta licença coloca restrições copyleft no próprio programa, mas não aplica essas restrições a outro software conectado com o programa.



10 (s.d.). Obtido em 17 de 05 de 2011, de Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Licen%C3%A7a_BSD
11 (s.d.). Obtido em 17 de 05 de 2011, de Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Licen%C3%A7a_MIT
12 Massachusetts Institute of Technology (MIT). O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (em inglês, Massachusetts Institute of Technology, MIT) é um centro universitário de educação e pesquisa privado localizado em Cambridge, Massachusetts, nos Estados Unidos. E um dos líderes mundiais em ciência e tecnologia. Fonte:
13 (s.d.). Obtido em 17 de 05 de 2011, de Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/GNU_Lesser_General_Public_License
14 Eben Moglen é um professor de Direito e de História do Direito na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e o fundador, director-conselheiro e presidente do Software Freedom Law Center, que presta serviços jurídicos a numerosos clientes pro bono, como a Free Software Foundation.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Eben_Moglen


 

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